Data é exemplo de como crenças, histórias antigas e eventos históricos moldam o imaginário popular até hoje 5ty65

Redação
Por séculos, a sexta-feira 13 tem sido sinônimo de azar, medo e mistério. A combinação do número 13 — há muito considerado maldito — com a sexta-feira, dia associado à crucificação de Jesus Cristo, alimentou uma das superstições mais difundidas no mundo ocidental. Em 2025, essa data "amaldiçoada" ocorre apenas uma vez: no dia 13 de junho.
O temor é tão enraizado que até ganhou nome científico: parascavedecatriafobia (ou frigatriscaidecafobia) é o medo específico da sexta-feira 13. Já triscaidecafobia é o medo do número 13 em geral. Em alguns países, como Espanha e Grécia, o temor recai sobre a terça-feira 13 — chamado de trezidavomartiofobia — enquanto na Itália, o número evitado é o 17.
A origem do medo remonta a diferentes culturas. No cristianismo, a sexta-feira representa penitência, pois foi o dia da crucificação de Jesus. Já o número 13 é lembrado por ser o lugar ocupado por Judas Iscariotes na Última Ceia — o traidor que levou Jesus à morte. Outras interpretações religiosas associam a sexta-feira 13 a acontecimentos trágicos, como o assassinato de Abel por Caim, a queda do Templo de Salomão e até o início do Grande Dilúvio com a Arca de Noé.
A mitologia nórdica também contribui para a má fama: em um banquete no Valhalla, Loki, espírito do caos, apareceu sem ser convidado como o 13º deus, provocando a morte de Balder, o favorito dos deuses. Na história, a superstição ganhou ainda mais força com eventos como a perseguição aos Cavaleiros Templários, iniciada em uma sexta-feira 13 de outubro de 1307, por ordem do rei Filipe IV da França.
Eventos históricos reforçaram esse imaginário. Em 13 de novembro de 1970, um ciclone devastou o então Paquistão Oriental (hoje Bangladesh), matando mais de 500 mil pessoas. Em 13 de janeiro de 2012, o naufrágio do cruzeiro Costa Concordia causou a morte de 32 pessoas na costa italiana.

Apesar de não haver comprovação científica de que essa data seja mais propensa a tragédias, o chamado "viés de confirmação" faz com que muitos associem incidentes à superstição. A cultura popular também reforça esse imaginário. A franquia cinematográfica Sexta-feira 13, iniciada em 1980 com o personagem Jason Voorhees (foto), transformou a data em ícone do terror no cinema, com dezenas de filmes, jogos e adaptações.
Ainda hoje, muitas pessoas tomam precauções ou seguem rituais para evitar o azar. Algumas superstições comuns incluem não ar por baixo de escadas, evitar gatos pretos, não deixar chinelos virados, não quebrar espelhos e não cortar cabelo ou unhas no dia, entre outras. Há quem evite até pronunciar palavras consideradas de mau agouro, especialmente entre pessoas mais velhas, que cresceram em tempos em que essas crenças eram quase verdades absolutas.
Curiosamente, é possível prever quando ocorrerá uma sexta-feira 13. Basta lembrar que se um mês começa em um domingo, o dia 13 cairá numa sexta. Todo ano tem ao menos uma sexta-feira 13, mas pode haver até três — como ocorrerá em 2026 (fevereiro, março e novembro). Se é coincidência, superstição ou apenas tradição cultural, o fato é que a sexta-feira 13 continua a provocar fascínio, medo e curiosidade. Afinal, entre a sorte e o azar, a crença ainda tem muita força.
Imagens: Reprodução
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